Bons fluidos garantem mais saúde para sua moto
Ao fazer a revisão de suas motos e a manutenção periódica, muitos
motociclistas se esquecem de verificar importantes itens da segurança de
seu veículo, os fluidos. Por ficarem escondidos em seus respectivos
reservatórios, são comumente esquecidos. E não deveriam, pois, de acordo
com Rogério Otani, mecânico profissional, “podem ser cruciais para a
longevidade da moto e para a segurança do piloto”.
Lubrificante em dia é vital para o bom funcionamento do motor.
O óleo do motor, por ter participação crucial no movimento da
motocicleta, é o mais lembrado pelos motociclistas. No entanto, existem
outros fluidos importantíssimos que merecem atenção dos proprietários,
como fluido de freio, óleo do amortecedor da suspensão, líquido de
arrefecimento, óleo da embreagem hidráulica e óleo do eixo cardã.
Diretamente ligados ao bom funcionamento de uma motocicleta, estes itens
devem ser vistoriados frequentemente, segundo especialistas.
Óleo do Motor
O óleo do motor é responsável pela lubrificação dos cilindros, dos
pistões e, nas motos, também da caixa de câmbio e da embreagem. Dessa
forma, uma boa lubrificação garante maior vida útil à motocicleta,
diminuindo o atrito entre as peças e evitando, assim, desgaste
excessivo. Atualmente existem diversos tipos de lubrificantes de motor.
Podem ser óleos graxos (de origem animal ou vegetal), óleos minerais
(derivados do petróleo), e óleos sintéticos e semi-sintéticos
(produzidos em laboratório). Ao longo dos anos, assim como as motos, os
óleos evoluíram e hoje há uma gama extensa de tipos de óleo, que se
diferem pela densidade, viscosidade e aditivos.
Tampa do Reservatório do fluido de freio indica o tipo de óleo.
Estas, encontradas em todos os óleos de motor, são siglas das entidades
internacionais responsáveis pela elaboração de uma série de normas
(baseadas em testes específicos) para a classificação dos lubrificantes,
de acordo com seu uso. Dessa forma, o óleo lubrificante escolhido pela
Triumph, por exemplo, segue as normas da API (American Petroleum
Institute). O “SH” se refere ao nível de desempenho do óleo. Quanto mais
para trás a segunda letra da sigla estiver no alfabeto, melhor é seu
desempenho. Ou seja, um óleo API-SH é melhor que um API-SG, e assim por
diante. A nomenclatura JASO MA2 (Japanese Automobile Standards
Organization) classifica a adequação do óleo lubrificante também ao
sistema de transmissão da moto.
Já os números, 10W40, por exemplo, correspondem à classificação da SAE
(Society of Automotive Engineers), que se baseia na viscosidade dos
óleos a 100ºC. A letra “W” significa “Winter” (inverno, em inglês) e ela
faz parte do primeiro número, como complemento para identificação.
Quanto maior o número, maior a viscosidade, para o óleo suportar
temperaturas mais altas. Graus menores suportam baixas temperaturas sem
se solidificar, o que prejudicaria o fluxo do lubrificante.
Dicas e cuidados importantes:
“A verificação diária do nível do óleo é responsabilidade do
proprietário. Nós da Triumph recomendamos que todas as revisões sejam
feitas nas concessionárias e que os intervalos de troca, que variam
entre 10.000 e 16.000 quilômetros dependendo do modelo, devem sempre ser
respeitados”, explica Cláudio.
1 – Nunca use óleo de carros em motocicletas;
2 – O óleo certo (viscosidade) para cada modelo de moto é o recomendado pelo fabricante;
3 – Verifique diariamente o nível do óleo que deve estar sempre entre os dois traços do medidor.
4 – Na troca de óleo, confira a necessidade de substituir os filtros de óleo e ar da motocicleta;
5 – Caso sua moto não rode muito, faça a troca a cada seis meses (validade dos lubrificantes);
6 – Nunca misture tipos de óleos diferentes;
7 - Quando se utiliza um lubrificante com nível de desempenho inferior
ao recomendado pelo fabricante do veículo, mesmo reduzindo o período de
troca, pode haver problemas de formação de borra devido ao
envelhecimento (oxidação) precoce do lubrificante, ou comprometimento da
função de lubrificação do motor pelo óleo;
8 - Aditivos ao óleo não melhoram o desempenho do motor
Esquema mostra o sistema de arrefecimento líquido em motos.
Fluido de freio
Por fazer parte de um dos sistemas mais importantes de uma motocicleta, o
fluido de freio é essencial para a segurança do piloto. Ao acionar o
manete ou o pedal, o fluido de freio é deslocado em direção ao pistão da
pinça de freio e o empurra. O pistão move as pastilhas, que por sua vez
entram em contato com o disco, causando atrito. Este atrito é o que faz
as rodas travarem ou diminuírem de velocidade, até pararem por
completo.
O sistema de freios trabalha, quase sempre, em altas temperaturas. Por
isso os fluidos têm elevados pontos de ebulição. Como o sistema pode
absorver a umidade do ambiente, o ponto de ebulição do fluido tende a
baixar com o passar do tempo, causando, assim, três tipos de problemas. O
primeiro é a oxidação de vários componentes do sistema de freios,
diminuindo a vida útil das peças. O segundo é a diminuição do ponto de
ebulição, pois apenas 1% de água misturada no fluido pode baixar até
50°C o ponto de ebulição. E o terceiro é a formação das famosas “bolhas
de ar” na mangueira.
Dicas e cuidados importantes:
1 - Sempre verificar o nível do fluido
2 - Substituir o fluido de acordo com o manual do proprietário da
motocicleta (normalmente recomenda-se 10.000 km ou uma vez ao ano)
3 - Ao alterar a especificação de seu fluido – motos com DOT 3 podem
receber DOT 4, mas não o contrário – deve-se sangrar todo o “óleo”
antigo antes de colocar o novo
4 - Realizar manutenção preventiva no sistema de freios duas vezes ao ano
5 - Quanto mais eficiente for o fluido, menor será o intervalo entre as manutenções
6 - O tipo de fluido a ser utilizado pode ser encontrado na tampa do reservatório ou no manual do proprietário
Óleo do eixo cardã
As motocicletas com transmissão final do tipo eixo-cardã contam com o
benefício da durabilidade e do conforto deste tipo de sistema. Segundo
Cláudio Peruche, essa longevidade se deve ao fato de não estar exposta
às intempéries do meio ambiente e sim “mergulhada” em lubrificantes.
“Quando respeitado os períodos de revisão e manutenção, esse tipo de
sistema é vitalício”.
Nas suas motos equipadas com cardã, como a Explorer 1200 e a Trophy, a
Triumph utiliza óleo lubrificante sintético de graduação 75W90. Segundo o
gerente do pós venda da marca, Claudio Peruche, o lubrificante só é
trocado na primeira revisão das máquinas, com 800 km. “A primeira
revisão é a mais importante para o assentamento das engrenagens do eixo
cardã e nunca deve ser negligenciada. Após a primeira, o cliente deve
respeitar os intervalos de revisão e fazer as vistorias necessárias”.
Claudio ressalta ainda a necessidade de procurar uma concessionária
autorizada em caso de problemas. “Caso o cliente encontre algum problema
em seu sistema de eixo cardã, a Triumph recomenda que o mesmo leve sua
moto imediatamente a uma concessionária. A manutenção feita de maneira
errada pode comprometer todo o sistema”, finalizou.
Dicas e cuidados importantes:
1 – A primeira revisão é a mais importante para a vida útil do eixo cardã
2 – Em caso de avarias, leve sempre a uma concessionária autorizada da marca de sua motocicleta
3 – Nunca tente fazer a troca de óleo do cardã por conta própria
4 – Respeite sempre os intervalos de revisão estipulados no manual do proprietário
Fluido de arrefecimento
A temperatura do motor de uma motocicleta pode passar dos 100°. No
entanto, ao atingir tal marca, perde eficiência. Dessa forma, as
fabricantes adotam em seus modelos tipos diferentes de sistemas de
arrefecimento. O mais eficiente entre eles é o arrefecimento líquido do
motor, encontrado atualmente nas máquinas de maior capacidade cúbica e
mais modernas.
Os dutos contidos no motor (cilindro e cabeçote), por onde circula o
líquido de arrefecimento, dissipam o calor. Ou seja, o líquido faz uma
troca de calor, ganhando temperatura ao passar pelo motor, perdendo ao
passar pelo radiador, e assim resfriando o propulsor.
Sendo assim, “a troca do líquido de arrefecimento do motor é um
procedimento fundamental para manter a temperatura certa do motor em
todas as condições de uso e evitar a corrosão do sistema, o ressecamento
prematuro de mangueiras e vedações, além de outros sérios danos. O
funcionamento correto do sistema só traz benefícios à motocicleta, já
que ganha em durabilidade, economia de combustível e desempenho e,
consequentente, tem menor nível de emissões”, explica Rogério Otani,
mecânico profissional.
Dicas e cuidados importantes:
1 – O líquido de arrefecimento evapora naturalmente, portanto verifique- o regularmente na posição vertical em local plano;
2 - Se o nível estiver próximo ou abaixo da marca inferior, adicione uma
mistura de 50/50 de etilenoglicol (ou coolant) e água destilada até a
marca superior;
3 – Em caso de necessidade emergencial, utilize apenas água destilada ou
filtrada, pois a água corrente pode causar incrustações e corrosões no
motor por ter cloro e outros sais minerais;
4 – Não rode com o reservatório vazio. Há possibilidade de entrar ar no
sistema de arrefecimento e causar danos graves ao conjunto.
Fonte Moto.com.br
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